quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Tinta vermelha


Papel, uma vida.
Uma vida, no papel.
Tinta, colorida.
Sua cor? Do sangue, da ferida.
Cor sangue!
Pinceladas de sangue
na papel...
A caneta.
O que revela?
Seu próprio formato;
Posta ao lado,
se com defeito estás,
tudo o que quer marcar
na vida, (digo, no papel)
vem manchar, borrar...


O papel é a vida.
A tinta, o pecado.
A caneta, nosso ser.

O equívoco,
capaz de provocar alaridos,
seria ousar que a tinta da caneta
iria terminar...

Vez que as comparações
São imagens
e não emoções,
a Palavra assegura
suas mensagens e trovões!

Como está nosso papel?
O nosso papel é tatuado pelas nossas canetas.
Isso é fato.
Mas, qual o conteúdo de nossas canetas?
Estariam danificadas?
O que está escrito em nossos papeis,
senão mesmo os nossos papeis,
fazendo Deus ser somente um acréscimo,
quiçá um décimo de nossos desenhos...

Ele estaria lá no papel,
coadjuvante, mas estaria!
Seria isto que estaria acontecendo?
A mim, desejo desenhar com outra tinta...
Mas se a caneta é vermelha,
como transformá-la em azul?
"Como pode um homem nascer,
sendo velho? Pode porventura,
voltar ao ventre materno e nascer a segunda vez?" (João 3.4)  
Como tudo está vermelho,
e a pergunta insiste
porque ela existe para insistir!
Ela pergunta existindo
deduzindo o impossível:
Pode o vermelho tornar-se azul?

Qual o papel feito por Cristo,
senão de maldito, embora não fosse perdido
quando estava bem visto na cruz
ao lado de bandidos?

Será que no papel de Cristo,
nossas maldições e pecados foram ali escritos,
fazendo-no mais um vez, desprovido?

Nosso Cristo, Cristo bíblico
Deus amigo, homem de dores
sabedor do padecedor,
não abraçou o tentador
suportando com suores e clamores,
com dor, a missão de amor.

Que marcas marcaram a Cristo, o Salvador?
Alguns pregos, chicotadas, açoites...
Não desprezo, os desalmados e brutamontes
que machucaram o Senhor, meu amor!

Além dos pregos
está o meu ego.
O ego em querer ser "eu" sem Deus!
Um sincero abraço afetuoso nele:
o meu egoísmo...
Com a finalidade de ser meu próprio Deus
e dedicar a minha vida ao "meu Deus"...
Acaso, isso não é perverso
revelar-se sincero ao Deus da "minha vontade"?

O que queres, oh triste feliz?
Seja feita a minha vontade ou seja feita a tua vontade?
Qual o seu Deus? O eu? Ou a Deus?

O desejo de ser "eu mesmo"
revela uma face descarada
(mesmo disfarçada)
de querer viver sem Deus!

Assim, é decente concluir,
meu e nosso ego...
Colocaram o Justo no lugar injusto!

 Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito para  que todo aquele que nele crê não pereça mas tenha a vida eterna. (João 3.16)

Meu amado!
Messias apreciado,
foi tatuado pelos seres
(tantos deles!)
canetas vermelhas, danificadas e maculadas...
Com canetas vermelhas, danificadas, maculadas...
Tais não desenham senão com o vermelho
e o vermelho está sempre presente;
Nunca ausente!

Mas meu amado!
Deixou-se ser marcado
pelos pecados, as tintas vermelhas,
desenhando a morte sombria no seu papel,
ou seja, em sua vida.

Quantas são as diferenças de nossos papeis, tintas e canetas?
Muitas!

Pode o impossível acontecer,
O vermelho mudar-se no azul
e um idoso reviver?

Isso é possível...
a todos quantos nascem do Espírito
e são chamados filhos de Deus!

Jesus Cristo vive!
E venceu a morte!

(escrito por Gabriel Monteiro, em 31 de Dezembro de 2015)