quarta-feira, 21 de abril de 2021

Não preciso sentir




Faça o que tu puderes, sim

E quando não puder

e querer deixar...


Lembre-se Daquele que rocha é.

No canto desvalido

de uma morada qualquer,

Ele traz sua singularidade

e invade esparsas nuvens de pensamentos.


Aqui ou lá,

cá está!

E eu não preciso me importar

no que sinto ou se sinto.

Eu não nasci para sentir, eu nasci para crer.


E a força de crer em Ti, Senhor

somente é um presente que Tu me deste,

meu amado Deus.


Este deserto cinestésico

onde não te sinto,

é o caminho que trilho para lembrar de sua graça!


Assim, pra que sentir

se  o que me levará longe é a minha fé?


A doce amiga

que é minha companheira nos dias mais solitários:

a minha fé.


Assim, eu encontro em vezes cinzas,

grandíssimos e belíssimos paraísos,

todos eles estão presentes,

mas não se tem acesso a eles

pela porta das sensações,

mas pela porta da fé,

a invisível porta da fé!


Sem vista, sou águia

Sem pernas, sou um guepardo

Sem asas, sobrevoo altos ares

Sem músculos, tenho brutal força

Sem pernas, caminho em frente.


Não espero encontrar minhas vistas, minhas pernas, minha força ou mesmo minhas asas.


Só consigo encontrar minhas essências

nas mais evidentes ausencias,

no mais escuro céu de estrelas de carências...


Ali, eu pondero sobre minha terra,

tão vil, tão distante, tão subnutrida...

E então, em uma central adjacência,

viro-me e percebo que estou torto.

E aquilo que adjacente era,

estava, em verdade, na frente minha,

o escudo da fé...


Eu me revesti então,

e meu irmão!

MEU IRMÃO...

Empunhei as armas que no chão estavam

e me firmei em sua força, SENHOR.


Estou pronto para enfrentar os piores demônios

ao seu lado, meu Deus Santo!

Estarei firme, para resistir a severas privações,

ao seu lado, meu Deus Santo!

Estarei pronto para suas bênçãos sem me desviar do caminho,

SENHOR.


(Gabriel Monteiro)



Contagem...





Oh Deus...
Quando encontro minhas debilidades,
minhas fragilidades,
eu entendo que não é a idade,
nem tampouco maturidade,
o que constitui minha identidade.

Oh Eterno, Pai magnífico,
como teu nome se eleva
fronte a minha pequenez!

Senhor, faço-te essas palavras
com o coração que Tu me deste...
Eu sinto um momento novo,
num início que pondero e aguardo...
Nisso eu entendo que é o teu tratamento,
isso é meu alento!

(Gabriel Monteiro)