quarta-feira, 25 de março de 2020

A frenética humana


Freneticamente.

Freneticamente seguem as batidas da vida.


Freneticamente sopra o vento as folhas.



Freneticamente são as idas e são as mentes.

Freneticamente, somente o tempo e um!

Freneticamente passa o mundo e (absurdo!)
todos ao todo sentem!

Freneticamente meus curtos fôlegos
sinalizam o anseio de um respirar
profundo, indescritível e celestial.

Freneticamente, a chama da vida
consome nossos corpos, todos.

Freneticamente, nossos corações
perseguem conclusos para lembrar
e publicitar memoriais a nossa consciência!

Freneticamente, nossos corações
se encontram programados para
esperançar, e assim, esperar
ditosos futuros de paz!

Freneticamente, acordo, trabalho, estudo, descanso...

Reflito, oro e medito.

Freneticamente, alegro-me e entristeço-me.

Freneticamente apresso-me (parece)
para ser essencialmente memória, memorial,
um passado codificado em um lembrança presente
(que hoje é futura).

Freneticamente sigo batidas TIC
,o TAC pulsa e dá estalos constantes.

E, freneticamente, dentre tantos
"dentros" humanos,  eclode o súbito
medo com a vida incontrolável, sem leme;

Veja estar fraco o homem,
procure refúgio e abrigo
e descanse Nele por uns tempos
de uma frenética vida!

Cristo está, ouça-o,
pois é envolvente!

Freneticamente é a vida.

Freneticamente são as epidemias, terremotos, crises familiares!

Freneticamente.

Deus pontua
pontos na história
e isso aponta grandes
"divisores de águas"
entre indivíduos individualmente,
grandes mentes
e notórias populações...

A frequência da frenética humana
é instável, arrítmica.
Ora pulsa lenta,
ora voa, voa célere!

Em nossa humana
frenética, arítmica,
construímos castelos de areia
encastelados em nossas essências,
em nosso ser.

Um castelo de areia dentro de outro:
um fato natural,
um fluxo contínuo.

E isso, freneticamente
na humana frenética
arítmica, instável e inconstante.

Freneticamente perguntamos:
será tudo arenoso e movediço?

Freneticamente duvidamos:
será tudo areia e lamaçal?

Sim, na frenética humana aritmada
seguem dadas
as tônicas inconstantes
da reflexão vazia,
do pensamento desfocado,
da erudição descompromissada.
Essas arremetidas
concorrem para um alvo invisível,
uma meta neblina;
e esta culmina
numa agitação evidente
que é irmã do ócio mortífero!

Isso significa
que o pensamento cíclico, circular e não diretivo,
é pois, em demasia danoso!

Importa concluir que,
freneticamente,
a aritmada e humana frenética
provoca zonas tempestuosas,
marés tormentosas
e ansiedades agressivas.

Freneticamente indago:
há inabalável muralha
que resista 
à aparente procela 
da inquietação humana e existencial?

Sim!
O Senhor Deus
convida à vida nova.
E na novidade
age, interage, ordena, comanda
e ama...
Ele, o Deus eterno,
nos ama!

Em nossas humanidades
caminham frequências
descompassadas, aritmadas, desandadas e inconstantes.

Nestas construções
arenosas, lamacentas e movediças,
Deus vem nos visitar
pela nossa fé em Cristo Jesus.

Cristo faz visita inaugural
no castelo de areia.
Somos esta edificação.
No castelo de areia
há um epicentro conceitual, moral e espiritual:
o nosso coração, outro castelo de areia.

A graça salvífica
descortina a realidade pretérita:
uma vida imprecisa
sem o conhecimento de Deus,
uma confusão enigmática
somente capaz de ser sondada pelo Divino.

Assim, em afável amor
Deus nos salva em Cristo,
trazendo-nos perdão dos pecados
e livrando-nos da devassidão,
ordenando-nos à obediência.

Deus aproxima-se
em doce cadência,
mansa frequência
e ama em evidência.

Esse suave movimento
incinera-nos.
E é queimado nosso castelo de areia encastelado!

Assim, há o novo nascimento.
Uma nova habitação
fortificada é iniciada.
Um sólido alicerce,
firme muralha.
Nova vida.

Nesta casa
o SENHOR fará
constantes visitas
aprumando, consertando e reformando
defeitos
(enquanto houver respirar).

Portanto, na dinâmica
do celeste reino,
Deus vem equilibrar e ritmar
nossa vida,
para que seu nome seja exaltado!

(Gabriel Monteiro, 
escrito em 13/03 e 25/03 de 2020)


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